terça-feira, 6 de agosto de 2019

ENTRE O SER E O TER NA ADOLESCENCIA

Juventude


“O homem está incessantemente à procura da felicidade, mas ele a procura nas coisas perecíveis, sujeitas às mesmas vicissitudes, ou seja, nos gozos materiais, em vez de buscá-la nos gozos da alma, que constituem uma antecipação das imperecíveis alegrias celestes. Em vez de buscar a paz do coração, única felicidade verdadeira neste mundo, ele procura com avidez tudo o que pode agitá-lo e perturbá-lo. E, coisa curiosa, parece criar de propósito os tormentos, que só a ele cabia evitar.
Quantos tormentos, pelo contrário, consegue evitar aquele que sabe contentar-se com o que possui, que vê sem inveja o que não lhe pertence, que não procura parecer mais do que é! Está sempre rico, pois, se olha para baixo, em vez de olhar para cima de si mesmo, vê sempre os que possuem menos do que ele. Está sempre calmo, porque não inventa necessidades absurdas, e a calma em meio das tormentas da vida não será uma felicidade?”.
(ESE Cap. 5 – Bem-aventurados os aflitos – item 23 - Os Tormentos Voluntários)

1. OBJETIVO:
Refletir que muitas vezes buscamos a felicidade através dos prazeres materiais; em vez de buscá-las nos prazeres da alma que são uma amostra dos eternos prazeres celestes.

2. SENSIBILIZAÇÃO: Após o vídeo desenvolver o assunto:
A educação, a psicoterapia, a metodologia da convivência humana devem estruturar-se em uma consciência de ser, antes de ter; de ser, ao invés de poder, de ser, embora sem a preocupação de parecer. Os valores externos são incapazes de resolver as crises internas, aliás, não poucas vezes, desencadeando-as.
(Livro “O homem integral – Espirito Joanna de Angelis – 4ª parte – cap. 15 - Conflitos degenerativos da sociedade)
 (Ouvir as respostas)
3. DESENVOLVIMENTO DA AULA:
“Observando que a sociedade contemporânea se baseia muito no poder e no ter, (o jovem) é tomado pela ânsia de amealhar recursos para triunfar e programar o futuro de ordem material. Não lhe ocorrem as necessidades espirituais, as de natureza ético-moral.
Somente alguns adolescentes, mais amadurecidos psicologicamente, que procedem de lares equilibrados e saudáveis, despertam para a aquisição dos valores íntimos, da conquista do conhecimento. Assim, empenham-se na busca dos tesouros do saber, das experiências evolutivas, das realizações de crescimento íntimo, em favor do auto-aprimoramento e da auto-afirmação.
(...) Não se faz necessário ser superdotado. É mesmo comum encontrar jovens com menos elevado QI, que conseguem, pela perseverança, pelo exercício, a vitória sobre os impedimentos ao seu progresso.
Enquanto outros deixam-se vencer pelos desajustes, sem o empenho de superar as dificuldades. Permanecem com o patrimônio intelectual sem o conveniente desenvolvimento ou, quando o realizam, derrapam para a delinquência, aplicando os tesouros da mente na ação equivocada dos triunfos de mentira.
O esforço para ter surge com as motivações de crescimento intelectual e compreensão das necessidades humanas em favor da sobrevivência, da construção da família, da distinção social, das esperanças de fruir gozos naturais em forma de férias e recreações, de jogos e prazeres, projetando as expectativas para a velhice, que esperam conseguir tranquila e confortável. O ter, passa a significar o esforço pelo conseguir, pelo amealhar, reunindo moedas e títulos que facilitem a movimentação pelas diferentes áreas do relacionamento humano. Essa ambição, perfeitamente justa e compreensível, de natureza previdenciária e lógica, pode tornar-se, no entanto, o objetivo único da existência, levando ao desespero e à insatisfação, porque a posse apenas libera de preocupações específicas, mas não harmoniza o ser interiormente.
Não poucas vezes, o possuir faz-se acompanhar do medo de perder, gerando receios injustificáveis e neurotizantes. O verdadeiro amadurecimento psicológico do ser propicia-lhe visão otimista da vida, auxiliando-o a ter sem ser possuído, em desfrutar sem escravizar-se, em dispor hoje e buscar amanhã, não lhe constituindo motivo de aflição o receio da perda, da pobreza, porque reconhece que tudo transita, indo e voltando, raramente permanecendo por tempo indeterminado, já que a vida física é igualmente transitória, instável.
A verdadeira sabedoria ensina que se pode ter, sem deixar de lado o esforço por ser auto-suficiente, equilibrado, possuidor não possuído, identificado com os objetivos essenciais da experiência carnal, que são a imortalidade, o progresso, o desenvolvimento de si mesmo com vistas à sua libertação da carne.
Quando o indivíduo é mais ele mesmo, identificado com a sua realidade espiritual, consome menos, vive melhor, cresce e amadurece mais, superando os desafios com otimismo e produzindo sempre com os olhos postos no futuro.
Quando deseja ter mais e se afadiga por conseguir sempre os lucros de todos os empreendimentos, a sua é uma existência frustrada, ansiosa, sem justificativa, porque a sede de possuir atormenta-o e deixa-o sempre insatisfeito. Essa ambição igualmente tem início na juventude por falta de direcionamento espiritual e emocional, tornando o adolescente um ser fisiológico, imediatista, e não uma criatura em desenvolvimento para as altas construções da humanidade.
O jovem, que deseja ser, desenvolve a sua inteligência emocional, aprendendo a identificar os sentimentos das demais pessoas, a dominar os impulsos perturbadores e insensatos, a manter controle sobre as emoções desordenadas, a ter serenidade para enfrentar relacionamentos tumultuados e difíceis, preservando a própria identidade.
Essa inteligência emocional depende da constituição do seu cérebro, que pode alterar para melhor sempre que o deseje e insista na cultura dos valores ético-morais.
É necessário ter recursos para uma existência digna, porém é indispensável ser sóbrio e equilibrado, nobre e empreendedor, conhecendo-se interiormente e trabalhando-se sempre, a fim de se tornar um adulto sadio e um idoso sábio.”
(Divaldo Franco - Adolescência e Vida – Lição 15 - O ser e o ter na adolescência)

4.  CONCLUSÃO:
“Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada domine.”
(Biblia - 1 Coríntios 6:12)

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