quinta-feira, 23 de outubro de 2014

DEUS, PAI e CRIADOR



CENTRO ESPÍRITA ISMAEL
Estudo Doutrinário Infanto-juvenil – Juventude e Mocidade
Evangelização Infantil Eurípedes Barsanulfo
Estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 2 Item 7
Módulo II: A Criação
Plano de aula: 06 - Data: 08/02/2014


TEMA: DEUS, PAI e CRIADOR

1. MENSAGEM:
Simbolizamos no plano físico a presença de grande Universidade.
Da vida espiritual, - a vida verdadeira – precedem os alunos, ou mais propriamente considerando, as criaturas que nascem nos lares humanos.
Antes, porém da corporificação no berço terrestre, quantos já desfrutem a faculdade de escolher o currículo de lições determinadas, solicitam matrícula nos institutos  da reencarnação, no encalço de realizações das quais se julgam necessitados, quanto ao próprio burilamento
Se te encontras na Terra num processo assim de aperfeiçoamento e resgate, asserena o coração refletindo na perenidade da vida e pede forças a Deus em oração para que não te afastes do rumo certo”.
(Emmanuel – Livro: Companheiro– Francisco C. Xavier)

2. OBJETIVOS:
Perceber que Deus é bom quando me dá, quando me retira e quando me impede de ter.
Compreender que a lei de causa e efeito está aliada à bondade de Deus.


3. SENSIBILIZAÇÃO:

É POSSÍVEL IDENTIFICAR A JUSTIÇA DE DEUS
E A PROVIDÊNCIA DIVINA NAS PROVAS?

“Nada acontece sem a permissão de Deus, pois foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Perguntai, então, por que ele fez esta lei e não aquela! Dando ao Espírito a liberdade da escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade de seus atos e de suas consequências; nada entrava o seu futuro; o caminho do bem se lhe abre, assim como o do mal. Se ele sucumbe, porém, resta-lhe uma consolação: é que nem tudo acabou para ele e que Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar o que foi mal feito. Aliás, é preciso distinguir o que é a obra da Vontade de Deus e o que é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que criastes esse perigo, foi Deus; tivestes, entretanto, a vontade de a ele vos expordes, porque vistes nisso uma possibilidade de adiantamento, e Deus o permitiu.”
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Celd.)

4.ESTUDO: Dinâmica de grupo (texto em anexo)
Divida os jovens em grupos e distribua uma história para cada grupo, pedindo que identifiquem as perguntas abaixo:
1) O Merecimento
2) Psicose Afetiva
3) O Médico

A proposta para o estudo deste tema é uma análise dos casos anexos, em que devem ser respondidas as seguintes perguntas:
1.       Qual a prova encarada em cada situação?
2.       Qual a causa destas provas? Qual a necessidade de aprendizado de cada personagem?
3.       É possível identificar a Justiça e a Providência Divinas nestas provas?
4.       Qual a postura de cada personagem diante da prova? Quais os efeitos gerados por esta postura?

É possível, então, concluir, após a leitura destes textos, que a bondade de Deus pode ser identificada na lei de causa e efeito, em cada uma das seguintes circunstâncias:
1)       A possibilidade de retorno à experiência encarnatória para dar continuidade ao nosso processo de aprimoramento. (Lucas, XV: 11 a 32)
2)       A possibilidade de recomeçar e corrigir o que foi mal feito, e aprender com a experiência.
3)       O amparo que recebemos para passar pelas provas. Amparo este que muitas vezes vai além do nosso merecimento.
4)       Os atenuantes que são incididos sobre as provas em consequência de nossas boas ações.
Percebemos, então, que nossas ações no bem para conosco mesmo (Ex: postura de resignação diante das provas) e para com os outros dão causa a efeitos benéficos para ambos, tanto nesta como em futuras existências. E além disso, verificamos que a ideia da bondade e da justiça de Deus nos consola diante das dores, e nos torna mais fraternos diante das dores do próximo.

5.REFLEXÃO:
Mas será este o único amparo que recebemos do Alto?

 6. APLICAÇÃO:
Qual o meio de entrarmos em comunicação com Deus para pedirmos outros tipos de recursos? (A prece)

7.CONCLUSÃO:

Podemos perceber a presença de Deus através de nossa relação com o próximo.



Agradecemos à tempestade que renova,
à luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.”
Emmanuel



CASO 1 
O MERECIMENTO
I
Saturnino Pereira era francamente dos melhores homens. Amoroso mordomo familiar. Companheiro dos humildes. A caridade em pessoa. Onde houvesse a dor a consolar, aí estava de plantão. Não só isso. No trabalho, era o amigo fiel do horário e do otimismo. Nas maiores dificuldades, era um sorriso generoso, parecendo raio de sol dissipando as sombras.
Por isso mesmo, quando foi visto de mão a sangrar, junto à máquina de que era condutor, todas as atenções se voltaram para ele, entre o pasmo e a amargura.
Saturnino ferido! Logo Saturnino, o amigo de todos...
Suas colegas de fábrica rasgaram peças de roupa, a fim de estancar o sangue a correr em bica.
O chefe da tecelagem, solícito, conduziu-o ao automóvel, internando-o de pronto em magnífico hospital.
Operação feliz. O cirurgião informou, sorrindo:
- Felizmente, nosso amigo perderá simplesmente o polegar. Todo o braço direito está ferido, traumatizado, mas será reconstituído em tempo breve.
Longe desse quadro, porém, o caso merecia apontamentos diversos:
- Porque um desastre desses com um homem tão bom? – murmurava uma companheira.
- Tenho visto tantas mãos criminosas saírem ilesas, até mesmo de aviões projetados ao solo, e justamente Saturnino, que nos ajuda a todos, vem de ser a vítima! – comentava um amigo.
- Devemos ajudar Saturnino.
- Cotizemo-nos todos para ajudá-lo.
Mas também não faltou quem dissesse:
- Que adianta a religião, tão bem observada? Saturnino é espírita convicto e leva a sério o seu ideal. Vive para os outros. Na caridade é um herói anônimo. Por que o infausto acontecimento? – expressava-se um colega materialista.
E à tarde, quando o acidentado apareceu muito pálido, com o braço direito em tipoia, carinho e respeito rodearam-no por todos os lados.
Saturnino agradeceu a generosidade de que fora objeto. Sorriu, resignado. Proferiu palavras de agradecimento a Deus. Contudo, estava triste.
II
À noite, em companhia da esposa, compareceu à reunião habitual do templo espírita que frequentava.
Sessão íntima. Apenas dez pessoas habituadas ao trato com os sofredores. Consagrado ao serviço da prece, o operário, em sua cadeira humilde, esperava o encerramento, quando Macário, o orientador espiritual das tarefas, após traçar diretrizes, dirigiu-se a ele, bondoso:
- Saturnino, meu filho, não se creia desamparado, nem se entregue a tristeza inútil. O Pai não deseja o sofrimento dos filhos. Todas as dores decretadas pela Justiça Divina são aliviadas pela Divina Misericórdia, toda vez que nos apresentamos em condições para o desagravo. Você hoje demonstra indiscutível abatimento. Entretanto, não tem motivo. Quando você se preparava ao mergulho no berço terrestre, programou a excursão presente. Excursão de trabalho, de reajuste. Acontece, porém, que formulou uma sentença contra você mesmo...
Fez uma pausa e prosseguiu:
- Há oitenta anos, era você poderoso sitiante no litoral brasileiro e, certo dia, porque pobre empregado enfermo não lhe pudesse obedecer às determinações, você, com as próprias mãos, obrigou-o a triturar o braço direito no engenho rústico. Por muito tempo, no Plano Espiritual, você andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por muito tempo...
E continuou:
- E você implorou existência humilde em que viesse a perder no trabalho o braço mais útil.
Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem trabalhado, esmerando-se no dever... Não estamos aqui para elogiar, porque você continua lutando, lutando... e o plantio disso ou daquilo só pode ser avaliado em definitivo por ocasião da colheita. Sei, porém, que hoje, por débito legítimo, alijaria você todo o braço, mas perdeu só um dedo... Regozije-se, meu amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...
De cabeça baixa, Saturnino derramava grossas lágrimas. Lágrimas de conforto, de apaziguamento e alegria...
Na manhã seguinte, mostrando no rosto amorável sorriso, compareceu, pontual, ao serviço. E porque o fiscal do relógio lhe estranhasse o procedimento, quando o médico o licenciara por trinta dias, respondeu simplesmente:
- O senhor está enganado. Não estou doente. Fui apenas acidentado e posso servir para alguma coisa.
E caminhando, fábrica a dentro, falou alto, como se todos devessem ouvi-lo:
- Graças a Deus!
Hilário Silva
(Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Livro: A vida escreve. Editora FEB)




CASO 2 
PSICOSE AFETIVA
André Luiz e Calderaro, seu orientador e instrutor, foram atender Antonina que estava próxima de cometer suicídio. Chegando à sua residência, confortável e modesta, perceberam a presença de várias entidades infelizes. Encontraram a jovem mulher em um humilde aposento em convulsivo pranto, dominada por desespero incoercível. Estava com extremo desequilíbrio mental, que se estendia a todos os centros vitais do campo fisiológico. Estava pronta para suicidar-se a noite, mas segundo observação de Calderaro, ela iria receber auxílio das forças divinas.
Antonina era órfã de pai desde muito cedo, começando a trabalhar com oito anos de idade para sustentar a mãe e a irmã mais nova. Passou a infância e a juventude em sacrifícios, ignorando as alegrias desta fase. Aos vinte perdeu a mãe e continuou o seu sacrifício pela irmã, auxiliando-a até o momento casamento. Pensava que depois disso iria tratar da própria vida, mas o esposo de sua irmã, além de se embriagar, insultava e batia em sua mulher. Sensibilizada com o destino da irmã, passou a auxiliá-la, cuidando também dos sobrinhos. Apesar dos anos tristes que passava, conheceu um jovem rapaz chamado Gustavo por quem compartilhava os sentimentos. Durante sete anos, Antonina lhe dedicou amorosa colaboração, convertendo-se em abnegada irmã do jovem. Gustavo, com a formação na faculdade de medicina, começou a achar-se muito importante, e, de forma áspera, transmitiu a informação à Antonina de que pretendia alguém que não fosse operária de laboratório, que não tivesse mãos calejadas, nem fios de prateados na cabeça, escolhendo um melhor partido. Após isto, a jovem debulhada em lágrimas retornou para casa, disposta a suicidar-se, havendo conseguido certa dose de veneno.
Calderaro tinha instruções para impor um sono profundo na jovem, logo depois da meia-noite. Ministrou aplicações fluídicas ao longo do sistema nervoso simpático. A vasta rede de neurônios experimentou a influência anestesiante de fluidos calmantes que a levaram ao sono. Permaneceu em completo repouso por mais de meia hora. Decorrido esse tempo, duas entidades aureoladas de intensa luz deram entrada no recinto. Mariana, que fora dedicada genitora de Antonina e Márcio, iluminado espírito ligado a ela, desde séculos remotos. Agradeceram, sensibilizados, a atuação de Calderaro que passou a doente para a direção materna. A simpática senhora desencarnada inclinou-se sobre a filha e chamou-a, docemente, como o fazia na Terra. Parcialmente desligada do envoltório grosseiro, Antonina ergueu-se, em seu organismo perispirítico, encantada e feliz, envolvendo-se nos braços na mãe, que a acolheu ao encontro do peito, pronunciando palavras enternecedoras. Antonina pedia ajuda, dizendo que não gostaria mais de viver na Terra.
Márcio aproximou-se, questionou o porquê do desânimo, lembrou-lhe sobre “a porta estreita”. Conversou com ela a fim de acalmá-la, restituindo as suas forças. Disse para ela: “Jamais foste esquecida. Recebeste mil recursos diversos da Providência, indispensáveis ao valioso serviço de redenção. O corpo terreno, as bênçãos do Sol, as oportunidades de trabalho, as maravilhas da Natureza, os laços afetivos e as próprias dores da experiência humana não serão inestimáveis dons do Divino Suprimento? Ignoras, querida, a felicidade do sacrifício, renegas a possibilidade de amar?” Questionou, ainda: “como chegaste a sentir tão clamoroso desamparo, se também te aguardamos, ávidos aqui de tua afeição e de teu carinho?”
Continuou o amparo fazendo-a perceber que os filhos do Altíssimo foram trazidos para cooperar nas obras que nos cercam. Continuou o amigo: “o que tortura a mente humana em tais ocasiões é o clima do cárcere organizado por nós mesmos; amurados no egoísmo feroz, não sabemos perder por alguns dias, para ganhar na eternidade, nem ceder valores transitórios para conquistar os dons definitivos da vida”
Após mais algum tempo, Antonina estava sentindo-se melhor e comprometeu-se em modificar a sua atitude, em nome de Deus. Nesse instante, o emissário espalmou as mãos sobre a fronte da enferma, envolvendo-a em jactos de luz que não tocaram tão somente a matéria perispirítica, mas se estenderam além, até no corpo denso, fixando-se particularmente nas zonas do encéfalo, do tórax e dos órgãos feminis. Calderaro ajudou-a reapossar-se do envoltório fisiológico, cercando-lhe o cérebro de emanações fluídicas anestesiantes, para não recordar, em todas as particularidades, a experiência da noite, pois se guardasse a lembrança integral, disse Calderaro, provavelmente enlouqueceria de ventura, mas as alegrias por ela intensamente vividas seriam arquivadas em seu organismo sob forma de forças novas, estímulos desconhecidos, coragem e satisfação de procedência ignorada.
Antonina despertou outra pessoa, sentia-se inexplicavelmente reanimada, quase feliz. A ideia de suicídio não mais rondava a sua cabeça e assim pode continuar a sua vida, amparando e cuidando dos sobrinhos e da irmã.
 (Resumo do capítulo 13 do livro No Mundo Maior. ANDRÉ LUIZ.)




CASO 3 
O MÉDICO
Eu conheci um médico que tinha uma prova muito interessante, ele não conseguia ir para frente no seu consultório. Uma pessoa capaz, competente. Ele conseguiu um emprego público, em que não ganhava muito, mas dava estabilidade. Um dia sua esposa perguntou ao Chico Xavier porque o Fulano passava tanta dificuldade. Chico respondeu que ele tinha sido um homem chamado Necker, que gastou a fortuna de todo mundo e se comprometeu com o dinheiro dos outros. Mas ele não fez nada por mal, foi pura má administração. Ele estava aprendendo a valorizar o povo.
Ele era um homem bom, conseguiu fazer o curso de medicina e aquela dificuldade de ir para frente foi uma prova, ele estava aprendendo administrar, estava pensando melhor e passando por um aprendizado de vivência humana, aprender a ser humano.
Quando pensamos melhor, adquirimos conhecimentos para chegarmos à sabedoria.
Qual foi o conhecimento que ele adquiriu nessa provação de ser um médico que não conseguia ir para frente? Aprender a viver com pouco, limitar os anseios, aprender a fazer as coisas moderadamente, esperar o tempo para fazer as coisas. Isso só num campo, o das finanças. Foi aprendendo a viver com o que possuía. Ele aprendeu a conhecer seus limites e chegou à sabedoria. Na próxima existência, quando ele tiver adquirido esses conhecimentos, deixará de passar por provas ou dificuldades, porque já sabe pensar, administrar, já resolveu todos os assuntos, adquiriu conhecimento e o conhecimento se adquire pelo intelecto e pela experiência.

(Aula dada por Altivo Pamphiro ao grupo de estudos do Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual em 31/03/2005) 







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