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CENTRO ESPÍRITA
ISMAEL
Estudo Doutrinário
Infanto-juvenil – Juventude e Mocidade
Evangelização Infantil Eurípedes Barsanulfo
Estudo: O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 2 Item 7 Módulo II: A Criação Plano de aula: 06 - Data: 08/02/2014 |
TEMA: DEUS, PAI e CRIADOR
1. MENSAGEM:
“Simbolizamos
no plano físico a presença de grande Universidade.
Da vida espiritual, - a vida verdadeira –
precedem os alunos, ou mais propriamente considerando, as criaturas que nascem
nos lares humanos.
Antes, porém da corporificação no berço
terrestre, quantos já desfrutem a faculdade de escolher o currículo de lições
determinadas, solicitam matrícula nos institutos da reencarnação, no encalço de realizações
das quais se julgam necessitados, quanto ao próprio burilamento
Se te encontras na Terra num processo
assim de aperfeiçoamento e resgate, asserena o coração refletindo na perenidade
da vida e pede forças a Deus em oração para que não te afastes do rumo certo”.
(Emmanuel – Livro: Companheiro– Francisco
C. Xavier)
2. OBJETIVOS:
Perceber que
Deus é bom quando me dá, quando me retira e quando me impede de ter.
Compreender
que a lei de causa e efeito está aliada à bondade de Deus.
É POSSÍVEL IDENTIFICAR A JUSTIÇA DE DEUS
E A PROVIDÊNCIA DIVINA NAS PROVAS?
“Nada acontece sem a permissão de Deus,
pois foi ele quem estabeleceu todas as leis que regem o Universo. Perguntai,
então, por que ele fez esta lei e não aquela! Dando ao Espírito a liberdade da
escolha, deixa-lhe toda a responsabilidade de seus atos e de suas
consequências; nada entrava o seu futuro; o caminho do bem se lhe abre, assim
como o do mal. Se ele sucumbe, porém, resta-lhe uma consolação: é que nem tudo
acabou para ele e que Deus, em sua bondade, deixa-o livre para recomeçar o que foi
mal feito. Aliás, é preciso distinguir o que é a obra da Vontade de Deus e o
que é da do homem. Se um perigo vos ameaça, não fostes vós que criastes esse
perigo, foi Deus; tivestes, entretanto, a vontade de a ele vos expordes, porque
vistes nisso uma possibilidade de adiantamento, e Deus o permitiu.”
(Allan Kardec.
O Livro dos Espíritos. Celd.)
4.ESTUDO:
Dinâmica de grupo (texto em anexo)
Divida os jovens em grupos e distribua uma história para cada
grupo, pedindo que identifiquem as perguntas abaixo:
1)
O Merecimento
2)
Psicose Afetiva
3)
O Médico
A proposta para o estudo deste
tema é uma análise dos casos anexos, em que devem ser respondidas as seguintes
perguntas:
1.
Qual
a prova encarada em cada situação?
2.
Qual
a causa destas provas? Qual a necessidade de aprendizado de cada personagem?
3.
É
possível identificar a Justiça e a Providência Divinas nestas provas?
4.
Qual
a postura de cada personagem diante da prova? Quais os efeitos gerados por esta
postura?
É possível, então, concluir, após a leitura destes
textos, que a bondade
de Deus pode ser identificada na lei de causa e efeito, em cada uma das
seguintes circunstâncias:
1)
A
possibilidade de retorno à experiência encarnatória para dar continuidade ao
nosso processo de aprimoramento. (Lucas, XV: 11 a 32)
2) A possibilidade de recomeçar e corrigir o que foi mal feito, e
aprender com a experiência.
3) O
amparo que recebemos para passar pelas provas. Amparo este que muitas vezes vai
além do nosso merecimento.
4)
Os atenuantes que são incididos sobre as provas em
consequência de nossas boas ações.
Percebemos,
então, que nossas ações no bem para conosco mesmo (Ex: postura de resignação
diante das provas) e para com os outros dão causa a efeitos benéficos para
ambos, tanto nesta como em futuras existências. E além disso, verificamos que a
ideia da bondade e da justiça de Deus nos consola diante das dores, e nos torna
mais fraternos diante das dores do próximo.
5.REFLEXÃO:
Mas será este o único amparo
que recebemos do Alto?
6. APLICAÇÃO:
Qual
o meio de entrarmos em comunicação com Deus para pedirmos outros tipos de
recursos? (A prece)
7.CONCLUSÃO:
Podemos
perceber a presença de Deus através de nossa relação com o próximo.
“Agradecemos
à tempestade que renova,
à
luta que aperfeiçoa, o sofrimento que ilumina.”
Emmanuel
CASO 1
O
MERECIMENTO
I
Saturnino Pereira era francamente dos melhores
homens. Amoroso mordomo familiar. Companheiro dos humildes. A caridade em
pessoa. Onde houvesse a dor a consolar, aí estava de plantão. Não só isso. No
trabalho, era o amigo fiel do horário e do otimismo. Nas maiores dificuldades,
era um sorriso generoso, parecendo raio de sol dissipando as sombras.
Por isso mesmo, quando foi visto de mão a sangrar,
junto à máquina de que era condutor, todas as atenções se voltaram para ele,
entre o pasmo e a amargura.
Saturnino ferido! Logo Saturnino, o amigo de
todos...
Suas colegas de fábrica rasgaram peças de roupa, a
fim de estancar o sangue a correr em bica.
O chefe da tecelagem, solícito, conduziu-o ao
automóvel, internando-o de pronto em magnífico hospital.
Operação feliz. O cirurgião informou, sorrindo:
- Felizmente, nosso amigo perderá simplesmente o
polegar. Todo o braço direito está ferido, traumatizado, mas será reconstituído
em tempo breve.
Longe desse quadro, porém, o caso merecia apontamentos
diversos:
- Porque um desastre desses com um homem tão bom? –
murmurava uma companheira.
- Tenho visto tantas mãos criminosas saírem ilesas,
até mesmo de aviões projetados ao solo, e justamente Saturnino, que nos ajuda a
todos, vem de ser a vítima! – comentava um amigo.
- Devemos ajudar Saturnino.
- Cotizemo-nos todos para ajudá-lo.
Mas também não faltou quem dissesse:
- Que adianta a religião, tão bem observada?
Saturnino é espírita convicto e leva a sério o seu ideal. Vive para os outros.
Na caridade é um herói anônimo. Por que o infausto acontecimento? –
expressava-se um colega materialista.
E à tarde, quando o acidentado apareceu muito
pálido, com o braço direito em tipoia, carinho e respeito rodearam-no por todos
os lados.
Saturnino agradeceu a generosidade
de que fora objeto. Sorriu, resignado. Proferiu palavras de agradecimento a
Deus. Contudo, estava triste.
II
À noite, em companhia da esposa, compareceu à
reunião habitual do templo espírita que frequentava.
Sessão íntima. Apenas dez pessoas habituadas ao
trato com os sofredores. Consagrado ao serviço da prece, o operário, em sua
cadeira humilde, esperava o encerramento, quando Macário, o orientador
espiritual das tarefas, após traçar diretrizes, dirigiu-se a ele, bondoso:
- Saturnino, meu filho, não se creia desamparado,
nem se entregue a tristeza inútil. O Pai não deseja o sofrimento dos filhos.
Todas as dores decretadas pela Justiça Divina são aliviadas pela Divina
Misericórdia, toda vez que nos apresentamos em condições para o desagravo. Você
hoje demonstra indiscutível abatimento. Entretanto, não tem motivo. Quando você
se preparava ao mergulho no berço terrestre, programou a excursão presente.
Excursão de trabalho, de reajuste. Acontece, porém, que formulou uma sentença
contra você mesmo...
Fez uma pausa e prosseguiu:
- Há oitenta anos, era você poderoso sitiante no
litoral brasileiro e, certo dia, porque pobre empregado enfermo não lhe pudesse
obedecer às determinações, você, com as próprias mãos, obrigou-o a triturar o
braço direito no engenho rústico. Por muito tempo, no Plano Espiritual, você
andou perturbado, contemplando mentalmente o caldo de cana enrubescido pelo
sangue da vítima, cujos gritos lhe ecoavam no coração. Por muito tempo, por
muito tempo...
E continuou:
- E você implorou existência humilde em que viesse
a perder no trabalho o braço mais útil.
Mas, você, Saturnino, desde a primeira mocidade, ao
conhecer a Doutrina Espírita, tem os pés no caminho do bem aos outros. Você tem
trabalhado, esmerando-se no dever... Não estamos aqui para elogiar, porque você
continua lutando, lutando... e o plantio disso ou daquilo só pode ser avaliado
em definitivo por ocasião da colheita. Sei, porém, que hoje, por débito
legítimo, alijaria você todo o braço, mas perdeu só um dedo... Regozije-se, meu
amigo! Você está pagando, em amor, seu empenho à justiça...
De cabeça baixa, Saturnino derramava grossas
lágrimas. Lágrimas de conforto, de apaziguamento e alegria...
Na manhã seguinte, mostrando no rosto amorável
sorriso, compareceu, pontual, ao serviço. E porque o fiscal do relógio lhe
estranhasse o procedimento, quando o médico o licenciara por trinta dias,
respondeu simplesmente:
- O senhor está enganado. Não estou doente. Fui
apenas acidentado e posso servir para alguma coisa.
E caminhando, fábrica a dentro, falou alto, como se
todos devessem ouvi-lo:
- Graças a Deus!
Hilário Silva
(Psicografia de Francisco
Cândido Xavier e Waldo Vieira. Livro: A
vida escreve. Editora FEB)
CASO 2
PSICOSE
AFETIVA
André Luiz e Calderaro, seu
orientador e instrutor, foram atender Antonina que estava próxima de cometer
suicídio. Chegando à sua residência, confortável e modesta, perceberam a
presença de várias entidades infelizes. Encontraram a jovem mulher em um
humilde aposento em convulsivo pranto, dominada por desespero incoercível.
Estava com extremo desequilíbrio mental, que se estendia a todos os centros
vitais do campo fisiológico. Estava pronta para suicidar-se a noite, mas
segundo observação de Calderaro, ela iria receber auxílio das forças divinas.
Antonina era órfã de pai desde
muito cedo, começando a trabalhar com oito anos de idade para sustentar a mãe e
a irmã mais nova. Passou a infância e a juventude em sacrifícios, ignorando as
alegrias desta fase. Aos vinte perdeu a mãe e continuou o seu sacrifício pela
irmã, auxiliando-a até o momento casamento. Pensava que depois disso iria
tratar da própria vida, mas o esposo de sua irmã, além de se embriagar,
insultava e batia em sua mulher. Sensibilizada com o destino da irmã, passou a auxiliá-la,
cuidando também dos sobrinhos. Apesar dos anos tristes que passava, conheceu um
jovem rapaz chamado Gustavo por quem compartilhava os sentimentos. Durante sete
anos, Antonina lhe dedicou amorosa colaboração, convertendo-se em abnegada irmã
do jovem. Gustavo, com a formação na faculdade de medicina, começou a achar-se
muito importante, e, de forma áspera, transmitiu a informação à Antonina de que
pretendia alguém que não fosse operária de laboratório, que não tivesse mãos
calejadas, nem fios de prateados na cabeça, escolhendo um melhor partido. Após
isto, a jovem debulhada em lágrimas retornou para casa, disposta a suicidar-se,
havendo conseguido certa dose de veneno.
Calderaro tinha instruções para
impor um sono profundo na jovem, logo depois da meia-noite. Ministrou
aplicações fluídicas ao longo do sistema nervoso simpático. A vasta rede de
neurônios experimentou a influência anestesiante de fluidos calmantes que a
levaram ao sono. Permaneceu em completo repouso por mais de meia hora.
Decorrido esse tempo, duas entidades aureoladas de intensa luz deram entrada no
recinto. Mariana, que fora dedicada genitora de Antonina e Márcio, iluminado
espírito ligado a ela, desde séculos remotos. Agradeceram, sensibilizados, a
atuação de Calderaro que passou a doente para a direção materna. A simpática
senhora desencarnada inclinou-se sobre a filha e chamou-a, docemente, como o
fazia na Terra. Parcialmente desligada do envoltório grosseiro, Antonina
ergueu-se, em seu organismo perispirítico, encantada e feliz, envolvendo-se nos
braços na mãe, que a acolheu ao encontro do peito, pronunciando palavras
enternecedoras. Antonina pedia ajuda, dizendo que não gostaria mais de viver na
Terra.
Márcio aproximou-se, questionou
o porquê do desânimo, lembrou-lhe sobre “a porta estreita”. Conversou com ela a
fim de acalmá-la, restituindo as suas forças. Disse para ela: “Jamais foste
esquecida. Recebeste mil recursos diversos da Providência, indispensáveis ao
valioso serviço de redenção. O corpo terreno, as bênçãos do Sol, as oportunidades
de trabalho, as maravilhas da Natureza, os laços afetivos e as próprias dores
da experiência humana não serão inestimáveis dons do Divino Suprimento?
Ignoras, querida, a felicidade do sacrifício, renegas a possibilidade de amar?”
Questionou, ainda: “como chegaste a sentir tão clamoroso desamparo, se
também te aguardamos, ávidos aqui de tua afeição e de teu carinho?”
Continuou o amparo fazendo-a
perceber que os filhos do Altíssimo foram trazidos para cooperar nas obras que
nos cercam. Continuou o amigo: “o que tortura a mente humana em tais ocasiões é
o clima do cárcere organizado por nós mesmos; amurados no egoísmo feroz, não
sabemos perder por alguns dias, para ganhar na eternidade, nem ceder valores
transitórios para conquistar os dons definitivos da vida”
Após
mais algum tempo, Antonina estava sentindo-se melhor e comprometeu-se em
modificar a sua atitude, em nome de Deus. Nesse instante, o emissário espalmou as mãos sobre
a fronte da enferma, envolvendo-a em jactos de luz que não tocaram tão somente
a matéria perispirítica, mas se estenderam além, até no corpo denso, fixando-se
particularmente nas zonas do encéfalo, do tórax e dos órgãos feminis. Calderaro ajudou-a reapossar-se
do envoltório fisiológico, cercando-lhe o cérebro de emanações fluídicas
anestesiantes, para não recordar, em todas as particularidades, a experiência
da noite, pois se guardasse a lembrança integral, disse Calderaro,
provavelmente enlouqueceria de ventura, mas as alegrias por ela intensamente
vividas seriam arquivadas em seu organismo sob forma de forças novas, estímulos
desconhecidos, coragem e satisfação de procedência ignorada.
Antonina
despertou outra pessoa, sentia-se inexplicavelmente reanimada, quase feliz. A
ideia de suicídio não mais rondava a sua cabeça e assim pode continuar a sua
vida, amparando e cuidando dos sobrinhos e da irmã.
(Resumo do capítulo 13 do livro No Mundo Maior. ANDRÉ LUIZ.)
O
MÉDICO
Eu conheci um
médico que tinha uma prova muito interessante, ele não conseguia ir para frente
no seu consultório. Uma pessoa capaz, competente. Ele conseguiu um emprego
público, em que não ganhava muito, mas dava estabilidade. Um dia sua esposa
perguntou ao Chico Xavier porque o Fulano passava tanta dificuldade. Chico
respondeu que ele tinha sido um homem chamado Necker, que gastou a fortuna de
todo mundo e se comprometeu com o dinheiro dos outros. Mas ele não fez nada por
mal, foi pura má administração. Ele estava aprendendo a valorizar o povo.
Ele era um homem
bom, conseguiu fazer o curso de medicina e aquela dificuldade de ir para frente
foi uma prova, ele estava aprendendo administrar, estava pensando melhor e
passando por um aprendizado de vivência humana, aprender a ser humano.
Quando pensamos
melhor, adquirimos conhecimentos para chegarmos à sabedoria.
Qual foi o
conhecimento que ele adquiriu nessa provação de ser um médico que não conseguia
ir para frente? Aprender a viver com pouco, limitar os anseios, aprender a
fazer as coisas moderadamente, esperar o tempo para fazer as coisas. Isso só
num campo, o das finanças. Foi aprendendo a viver com o que possuía. Ele
aprendeu a conhecer seus limites e chegou à sabedoria. Na próxima existência,
quando ele tiver adquirido esses conhecimentos, deixará de passar por provas ou
dificuldades, porque já sabe pensar, administrar, já resolveu todos os
assuntos, adquiriu conhecimento e o conhecimento se adquire pelo intelecto e
pela experiência.
(Aula dada por Altivo
Pamphiro ao grupo de estudos do Encontro Espírita sobre Medicina Espiritual em
31/03/2005)
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