TEMA:
O que a Doutrina Espírita nos ensina: Quem sou?
(Conteúdo: Cap. I, Q. 21 a 26 e 88 e Cap. II, Q. 134
(a e b) e comentário de Kardec)
Objetivos:
ü
Conhecer os princípios básicos da D.E.;
ü
Identificar
o corpo como instrumento do Espírito;
ü
Refletir
sobre a inteligência como um atributo do espírito.
ü
Compreender os conceitos de espírito e matéria; a
nossa natureza espiritual.
ü
Compreender a necessidade de o espírito unir-se ao corpo
para promoção do progresso.
O
evangelizador deverá apresentar aos evangelizandos quais os princípios básicos
da Doutrina Espírita:
- Existência de Deus
- Imortalidade da Alma
- Pluralidade das Existências
- Pluralidade dos Mundos
Habitados
- Comunicabilidade com os
Espíritos.
Explicar que buscamos compreender a Pluralidade das Existências através
do entendimento de que cada ser humano é um espírito encarnado, mas imortal e
com isso deve aprofundar seus conhecimentos acerca de si mesmo, como espírito
que é, segundo a visão da Doutrina Espírita.
As questões relativas ao corpo são fator de enorme importância para
essas faixas etárias, principalmente pelo valor que a sociedade atual atribui a
um corpo bonito, bem cuidado, bem vestido, etc., o que ganha bastante espaço na
mídia de um modo geral. A questão dos defeitos e qualidades sofre a influência
da crise de valores que se observa na sociedade. Há uma enorme confusão a esse
respeito, observando-se muitas vezes, defeitos serem considerados como virtudes
e vice-versa. Esta questão tem peso, para os jovens, quando causa dificuldades
de convivência, ou insegurança (não saber o que é certo ou errado) nos momentos
de escolha, pela ausência de valores.
Estudo:
A
imagem que o jovem tem de si mesmo:
·
Em
relação às suas características físicas
·
Em
relação às suas características espirituais
O
nosso corpo e suas características específicas.
Este assunto
traz implicações e admite aprofundamentos, razão pela qual só iremos abordá-lo,
mesmo assim de forma superficial, em resposta a alguma pergunta que venha a
surgir, convidando o grupo a retornar na próxima semana para o aprofundamento
previsto.
Caso surja
alguma pergunta, poderemos, esclarecer, de forma simples, segundo a Doutrina
Espírita, que cada um tem os pais que escolhe, precisa ou merece, como
Espírito, antes de nascer.
Esta escolha, necessidade ou merecimento,
determina a herança genética (a carga genética dos pais escolhidos) e,
conseqüentemente, o corpo que recebemos ao nascer.
O Espírito
pode, pelo pensamento, (isto é, ação mental) influir sobre o corpo que está em
formação, dentro dos limites das leis divinas da genética.
O mesmo podem
fazer os Guias Espirituais do que vai nascer, sempre em benefício do seu
progresso espiritual e em casos de necessidade e merecimento.
O
espírito e suas características específicas.
A partir desse ponto, começaremos a aprofundar os conceitos sobre
Espírito.
23. Que é o
Espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”
a) Qual a
natureza íntima do Espírito?
“Não é fácil
analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser
palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é
o nada e o nada não existe.”
Cada
um de nós é um indivíduo ou uma individualidade espiritual, constituída desse elemento
espiritual (ou princípio espiritual ou princípio inteligente). É desse elemento
que são feitos os Espíritos, da mesma forma que os corpos são constituídos do
elemento material (ou matéria).
134. Que é a alma?
“Um Espírito encarnado.”
a) - Que era a
alma antes de se unir ao corpo?
“Espírito.”
b) - As almas
e os Espíritos são, portanto, idênticos, a mesma coisa?
“Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes
de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo
invisível, os quais temporariamente revestem um invólucro carnal para se
purificarem e esclarecerem.”
Nós,
Espíritos, somos, pois, os seres inteligentes da criação, criados simples e
ignorantes, isto é, mas com todas as potencialidades para desenvolver as
faculdades do pensar, sentir e querer, herança divina, que estamos
desenvolvendo ao longo de nossa passagem pelos seres materiais, desde o átomo
(540), passando pelos “seres inferiores da criação” (607/607 a), estagiando
atualmente no estágio de humanidade, para chegarmos, um dia, à condição de
Espírito puro (arcanjo/540), quando então toda a nossa capacidade de pensar,
sentir e querer, encontrar-se-á plenamente desenvolvida.
Por
essa razão, André Luiz no seu livro “Obreiros da Vida Eterna” (1), narrando o
desligamento, após a morte do corpo, do espírito de Dimas, personagem da narrativa, refere-se ao Espírito como
constituindo “o conjunto dos princípios superiores da personalidade”, ou
seja: o conjunto formado pelas faculdades de pensar, sentir e querer (e,
evidentemente, o resultado do exercício dessas faculdades: o pensamento, o
sentimento e a vontade).
Todos
esses esclarecimentos, no entanto, se referem unicamente à nossa constituição
espiritual. No entanto, nós não somos capazes de “ver” o Espírito que nós
somos. E nem conseguimos emprestar existência concreta a sentimentos,
pensamentos e vontade (embora sejamos, concretamente, aquilo que pensamos,
sentimos e queremos).
A referência
que temos de nós mesmos é o corpo físico, visível, palpável, com o qual
convivemos durante toda a existência na Terra. Isto acarreta a idéia errônea de
que somos o corpo visível, palpável, tendo este um Espírito.
Sendo
ao contrário: somos um espírito que temos um corpo (nos explica Léon Denis).
Em verdade, somos luz, vibração,
irradiação. Não uma luz da mesma natureza da que se irradia do sol, mas um
outro tipo de luz, herança divina, que não vem de fora de nós ou que recebemos
de graça, quando nos tornamos perfeitos, mas a luz que estamos aprendendo a
fazer brilhar, como nos recomenda Jesus: “ Brilhe a vossa luz”.
Como
não podemos ver essa luz, irradiação ou vibração (do Espírito), não acreditamos
em sua existência ou acreditamos de forma distante, abstrata, como se ele nada
fosse. E não podemos vê-lo porque:
E,
como todo o conhecimento, quando encarnados, nos chega por intermédio dos
sentidos, temos dificuldade em formar a nossa idéia de Espírito.
É
fora de dúvida, pois, que o Espírito é o centro irradiador, em torno do qual se
estruturam os seus envoltórios: um mais denso, o corpo físico, visível,
palpável e o outro mais sutil, igualmente invisível aos olhos do corpo, envoltório
esse a que Kardec deu o nome de perispírito.
115. “Deus criou todos os Espíritos simples e
ignorantes, isto é, sem saber. ...com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição,
pelo conhecimento da verdade, para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade.”...
Com isso, entendemos que o objetivo de chegar à
perfeição é o fato de que nessa perfeição os Espíritos encontram a felicidade
pura e eterna. E a encontram porque adquiriram o “conhecimento da verdade”,
isto é, aprenderam a estar inteiramente harmonizados com a Lei de Deus, “a
única verdadeira para a felicidade do homem... e ele só é infeliz quando dela
se afasta...” (614)
Aí chegamos ao ponto que interessa a
todos os Espíritos, SER FELIZ...
...é uma necessidade irresistível para o Espírito.
Deus nos criou para a felicidade. Para realizar essa felicidade é que o
Espírito se associa a um corpo material, desde a sua criação “simples e
ignorante” e, pelas existências associado a corpos materiais, adquire o
conhecimento da verdade (perfeito discernimento e prática da Lei de Deus) e
chega à perfeição, à pura e eterna felicidade, satisfazendo à sua “irresistível
necessidade de ser feliz”
135.
Há no homem alguma outra coisa além da alma e do corpo?
“Há o laço que
liga a alma ao corpo.”
a) De que natureza é esse laço?
“Semimaterial,
isto é, de natureza intermédia entre o Espírito e o corpo. É preciso que seja
assim para que os dois se possam comunicar um com o outro. Por meio desse laço é
que o Espírito atua sobre a matéria e reciprocamente.”
O homem é, portanto, formado de três partes
essenciais:
1º - o
corpo ou ser material,
2º - a alma, Espírito
encarnado que tem no corpo a sua habitação;
3º - o princípio intermediário, ou perispírito, substância semimaterial
que serve de
primeiro envoltório ao Espírito e liga a alma ao
corpo.
Com
isso, ficamos cientes de que o Espírito se liga ao corpo por intermédio de um
outro corpo material, de natureza não tão grosseira quanto a do corpo físico,
mas ainda assim, material: o perispírito. Esse corpo faz o papel de elemento de
ligação entre o Espírito e corpo, de tal forma que, para atuar sobre o corpo, o
Espírito age sobre o perispírito, transmitindo-lhe suas impressões e este
transmite ao corpo essas impressões. No sentido inverso, o corpo, pelos órgãos
dos sentidos, capta os estímulos externos do ambiente físico e os transmite ao
Espírito, através do perispírito. Esta é a forma pela qual conhecemos o mundo,
quando encarnados e ampliamos nossa bagagem de experiências e conhecimentos.
No
entanto, toda essa maravilhosa estrutura em que nos constituímos, não teria
significado se, após a morte do corpo nada mais permanecesse. Assim, resta
buscar a certeza de que os esforços desenvolvidos pelo Espírito, nesta
existência, no sentido de aprender o caminho da felicidade, não fiquem perdidos
pela morte do corpo.
Reflexão:
O conteúdo da reflexão consiste na identificação,
pelo jovem, dos benefícios que o estudo desses ensinamentos podem trazer para
quem passa a conhecê-los e compreendê-los através desse estudo. O
reconhecimento desses benefícios deverá trazer como conseqüência a valorização
dos mesmos.
ü Que benefícios podemos
ter em saber que, na verdade, somos o que pensamos, sentimos e queremos?
ü Que importância tem
para nós o fato de saber que nossos pensamentos, sentimentos e vontade são algo
concreto, capaz de irradiar-se para além do nosso corpo e entrar em contato com
os pensamentos, sentimentos e vontades de outras pessoas, espíritos, como nós,
encarnados e desencarnados?
Com essas questões, formuladas de acordo com a
possibilidade de entendimento de cada grupo, voltamos às situações focalizadas
na sensibilização, para dar-lhes um novo entendimento.
Com o ensinamento
da Doutrina Espírita, podemos voltar ao nosso “retrato espiritual” e reconhecer
que este é a imagem fiel do que pensamos, sentimos e queremos, e que essa
imagem é materializada pela vibração ou irradiação característica deles, mais
ou menos luminosa, mais ou menos feliz, de acordo com a nossa maior ou menor
sintonia com a Lei de Deus. Aqueles que dispõem de uma visão além dos olhos do
corpo podem “ver” essa nossa imagem, refletida no modo como irradiamos nossos
pensamentos, sentimentos e vontades.
Além disso, podemos “sentir” a irradiação dos pensamentos, dos sentimentos e
das vontades dos outros Espíritos (encarnados e desencarnados) com quem
entramos em contato. E ,
da mesma forma, eles podem “sentir” as nossas. Não é por outra razão que nos
sentimos bem quando estamos em contato com aqueles com quem temos afinidade de
pensamentos, sentimentos e vontades. E eles conosco. Razão pela qual somos
atraídos para essa ou aquela companhia de encarnados ou desencarnados.
O que fazer com esses conhecimentos? Como tirar
proveito deles em nosso benefício?
Eis a questão sobre a qual nossos jovens devem
refletir e concluir. Refletindo sobre o cuidado que temos com o corpo e os
benefícios que tiramos desse cuidado, podemos avaliar os cuidados que devemos
ter com a nossa “imagem” espiritual, porque dela depende o nosso bem estar
espiritual, a nossa maior ou menor felicidade real.
Uma vez reconhecidos os benefícios, apresenta-se a
questão: se esses ensinamentos trazem tantos benefícios, por que não os aplico
na minha vivência, no dia a dia?
A resposta a essa questão é o nosso próximo passo.
Aplicação:
O conteúdo da aplicação é fruto de um exame, por parte de cada um, a fim de encontrar
resposta à questão formulada acima: se esses ensinamentos trazem tantos
benefícios, por que não os aplico na
minha vivência, no dia a dia?
Com as respostas encontradas, cada um formará o seu
quadro de dificuldades a vencer para alcançar os benefícios oferecidos pelos
ensinamentos.
Pode-se
esperar como respostas: dificuldade em manter os pensamentos, os sentimentos e
a vontade em sintonia com a Lei de Deus, quando isso implique em abrir mão de
seu interesse pessoal (conforto material, exercício das paixões, etc.), a
satisfação do orgulho (importância que damos a nós mesmos, mesmo cometendo
injustiças, etc.); dificuldade em se furtar à influência da irradiação do
pensamento, do sentimento e da vontade de outros Espíritos, encarnados ou
desencarnados com quem entramos em contato.
No entanto, apesar dessas alegações, todos
esperamos ser puros e eternamente felizes. E queremos que seja desde agora.
ü
O que fazer então?
De posse desse quadro, resta a conclusão, que é o
momento seguinte.
Conclusão:
A
conclusão lógica é a de que, para alcançar os benefícios é preciso vencer as
dificuldades próprias que nos impedem de alcançar esses benefícios. No entanto,
a decisão de mudar também é trabalho pessoal.
É
escolha do livre arbítrio de cada um: permanecer em suas dificuldades e abrir
mão dos benefícios ou lutar para vencer as dificuldades e recolher os
benefícios.
Cabe
ao jovem fazer a sua escolha. Já será grande vitória o reconhecimento da
necessidade de mudança para vencer as dificuldades e ser um pouco mais feliz,
desde agora.
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